sábado, 23 de março de 2019

Dicas Catequéticas

I - METODOLOGIA

Os métodos didáticos são os elementos que o catequista utiliza para um encontro. Cada catequista deve assumir uma forma própria de elaborar seus temas e de dar seus encontros. Três fatores levam o catequista a desenvolver um bom método didático: 
  
1 - LEVAR EM CONTA A IDADE DA TURMA. 
O catequista não pode assumir um método de ensino que esteja fora da faixa etária da sua turma. Cada fase da vida está relacionada a certas características e é essas características que o catequista deve estar atento para poder alcançar o êxito esperado. É preciso saber direcionar os encontros dentro desse propósito, para isso, o catequista necessita conhecer as características que permeiam a idade da turma que ensina. 
  
2 - TER CRÍTICA AUTO-SUGESTIVA. 
Reconhecer que precisa melhorar e até mudar alguns detalhes em sua maneira de dar o encontro de catequese é um dos maiores obstáculos que impede que o catequista alcance um método disciplinar avançado. O catequista precisa ter a capacidade de saber criticar a si mesmo, de reconhecer que precisa de ajuda. Achar que não precisa pesquisar, que não precisa participar de reuniões, que é só abrir o livro/manual e pronto, tudo está feito, é um equivoco crucial para o impedimento do crescimento de qualquer catequista. O catequista deve, acima de tudo, olhar a cada dia no espelho e perguntar para si mesmo: estou alcançando os objetivos necessários para minha missão catequética.

3 - SER UM BOM PESQUISADOR. 
É impossível desenvolver uma boa didática se o catequista não tem o habito de pesquisar. Não é que o tema do livro/manual não tenha um aparato suficiente para dar um bom encontro, é que ele é resumido e requer alguns recursos adicionais.  
  
II - PROGRAMAÇÃO
  
Na hora de aplicar o tema na catequese, geralmente, o catequista encontra alguns empecilhos que requerem de si certo malabarismo. O encontro programado, feito em casa, ajuda a eliminar esses empecilhos, isso porque o catequista cria um programa com começo, meio e fim. A programação é o controle que o catequista tem sobre o tema do encontro, a capacidade de assimilar e associar dentro de qualquer tempo. Um encontro programado é feita com: 
  
1 - OBJETIVOS DEFINIDOS. 
A falta de objetividade é o momento em que o catequista parece não saber o que está fazendo, como se estivesse perdido. O objetivo é quando o catequista sai de casa para o encontro sabendo exatamente o que vai fazer e certo dos alvos que precisa alcançar. 
  
2 - RASCUNHOS. 
Muitas vezes o encontro não é dado dentro do tempo previsto porque o catequista ensina cada ponto do tema, independentemente, como se cada um fosse um assunto particular. Antes do encontro é preciso que se tenha uma visão panorâmica de todo o tema, então, se faz um rascunho ou esboço com os pontos que definem categoricamente cada tópico. 
  
III - NOÇÃO 

O CATEQUISTA PRECISA TER NOÇÃO: 

1 - Do Tempo 
Noção de tempo na hora de dar a encontro. É como um pedestre no momento de atravessar a rua, ele olha para a avenida que vai cruzar e vê que não muito longe vem se aproximando um carro, ele faz um cálculo preciso entre a distância e o tempo, ao fazer essa comparação, ele sabe se atravessa ou não. Assim também deve ser no encontro, o catequista precisa comparar o tamanho do encontro e o tempo e, então, procurar o meio certo para efetivar todo o tema.
  
2 - De funcionamento 
Noção de funcionamento é a capacidade que o catequista tem de analisar a condição de sua turma, encontrar as deficiências e efetuar a cura. 
  
3 - Das questões
O catequista não é aquele que domina todas as ciências, mas aquele que está apto a responder pelo menos as questões mais embaraçosas. Tome conhecimento das questões mais grotescas em nosso meio e procure as respostas definitivas. O catequista deve estar apto a responder questões como: 
Divórcio (O que é, porque não, o que a Bíblia diz, o que os homens dizem); Homossexualismo (Porque não, o que a Bíblia diz, o que os homens dizem como vencer, como lidar); Drogas, pais e filhos, questões políticas, questões sociais, conflitos emocionais, entre outras coisas. Se o catequista procurar estar esclarecido sobre os temas corriqueiros em nosso meio, nenhuma pergunta o surpreenderá e nada mais normal que pesquisar e trazer algumas respostas no próximo encontro.
  
IV - AFINIDADE LITERÁRIA 

O conhecimento do catequista se baseia naquilo que ele lê. Esse conhecimento pode ser limitado, mas pode atingir proporções inesperadas se o catequista ousar adquirir as mais variadas informações das melhores fontes possíveis. 

1 - Literatura: 
- Brasileira (Ajuda a desenvolver a interpretação de texto, leitura e escrita). 
- Romance policial (Ajuda a desenvolver o argumento e o raciocínio) 
- Clássica (Ajuda a conhecer as épocas, entender os pensamentos religiosos e culturais). 

2 - Filosofia: 
- Clássica (Ajuda a compreender as questões da humanidade e as respostas fornecidas pelos filósofos gregos e de épocas). 
-  Atual (Ajuda o catequista a descobrir qual o pensamento moderno e suas soluções mais atuais para os problemas humanos). 

3 - Periódicos: 
- Revistas de informações gerais (Trazem os acontecimentos e fatos que o catequista precisa conhecer). 
- Revistas de informações específicas: Ciência, religião, curiosidades (Ajudam o catequista a conhecer questões interessantes que podem ajudar em seus temas). 
- Jornais (Ajuda o catequista a estar por dentro da situação política, econômica e social da sociedade).   

4 - Teologia: 
- Livros de teologia clássica (Lutero, Calvino, Santo Agostinho, entres outros) 
- Teologias sistemáticas (É importante o catequista ter em casa livros de teologia sistemática de escritores diferentes) 
- Livros devocionais (Ajudam no desenvolvimento da oração, devoção e louvor). 

5 - Material de pesquisa:
- Enciclopédias (Teologia, cultural e informações gerais) 
- Dicionários (Católico, latim, grego, hebraico e secular)
- Internet e suas múltiplas opções de aprendizado e buscas.

6 - Bíblias:
- De estudos diversas (Auxiliam o catequista com suas notas e estudos).

V – ARGUMENTAÇÃO

Argumentar é saber colocar as idéias a respeito de um determinado assunto, de maneira que se obtenha êxito naquilo que se está enfatizando. Mas para o catequista ter sucesso em seus argumentos, precisa de total conhecimento sobre o assunto que vai defender. O âmago da argumentação é a pergunta e a resposta, por isso, para desenvolver a argumentação nada melhor do que perguntar e em seguida responder ao tema do encontro.

VI - PSICOLOGIA DIDÁTICA   

1 - PSICOLOGIA APLICADA A SI MESMO (temperamento do catequista)
A - Manter o equilíbrio quando a opinião de alguém discorda do que está sendo ensinado. 
B - Estar apto a responder a qualquer questão e não criar subterfúgios, não dar qualquer resposta por pura pressão.
C - Ser sincero com os seus catequizandos, se não consegue responder a alguma pergunta, tente pelo menos reconhecer isso e procure melhorar sua condição de catequista pedindo para numa próxima oportunidade dar sua resposta, a fim de evitar eventuais situações desconcertantes.      

2 - PSICOLOGIA APLICADA À TURMA 
A - Saber passar lições de vida em cada encontro. O catequista precisa orientar bem os seus catequizandos a esse respeito. Na turma dos adolescentes, eles precisam extrair lições de vida, descobrir do catequista orientações que os ajude a vencer certas perturbações. Dessa forma, o catequista da turma dos casais precisa saber empregar lições de vida para os seus catequizandos: o valor da família, moralidade, e assim por diante. O catequista de cada tipo de turma na catequese precisa saber direcionar seu tema para aplicações na vida pessoal de cada um.   

B - Saber passar lições espirituais. É necessário que o catequizando/a não só conheça as histórias bíblicas no encontro, mas que o aproveitamento seja realmente prático. Um dos objetivos da catequese é exatamente este: crescimento espiritual. Um catequizando/a nunca pode voltar para casa insatisfeito com as respostas dadas pelo catequista, pelo contrário, em cada encontro, o catequizando/a deve se sentir satisfeito por confiar na palavra do catequista, pois está certo de que ele tem noção do que está falando.    

VII - CRIATIVIDADE               

Ser criativo significa ter idéias e projetos audaciosos. Se o catequista não é tão criativo ele pode recorrer a outros catequistas e compartilhar de suas idéias. Ser criativo envolve:   

1 - ATUALIZAR A TURMA COM INFORMAÇÕES DO MEIO CATÓLICO E SECULAR.             
Para que isso aconteça, o catequista deve estar a par dos acontecimentos nacionais e internacionais. É importante que o tema não se detenha apenas ao seu conteúdo, mas atinja, através do catequista uma dimensão bem pessoal da vida do catequizando/a. (Jornal de TV é um resumo bem interessante de notícias atuais mas não se prenda a assistir apenas uma emissora de canal)  . 

2 - LEVAR O CATEQUIZANDO/A A PARTICIPAR ATIVAMENTE DOS ENCONTROS.             
O grande problema de certos catequistas é que somente ele se acha responsável pelo encontro, mas se mudar de idéia e começar a perceber que deve interagir com o/a catequizando/a nas encontros, aí o resultado será óbvio, o sucesso! A maneira de se eliminar conversas paralelas e dúvidas na turma é ganhar a confiança do/a catequizando/a que precisa respeitar o catequista, mas também precisa ter liberdade para participar.  

3 - CRIAR DINÂMICAS.             
Hoje em dia está muito fácil de se criar dinâmicas no encontro, o catequista só precisa ter humildade para buscar recursos externos como, navegar na internet, pedir idéias a outras pessoas, ou conversar com os catequizandos. O certo é que dinâmicas tornam as encontros mais envolventes e além de garantirem a participação do/a catequizando/a, sempre o mantém satisfeito, pois o ensino lhe é fixado na memória porém não se deve ficar preso a só usar dinâmicas.      

Adaptado Flávio Ronconi.

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