sábado, 20 de março de 2010

Ensinar bem é saber elogiar

A qualidade do elogio não está nas palavras, mas na maneira como ele é feito. E isso na catequese pode ter sérias conseqüências. Elogios de mais ou de menos podem ser igualmente prejudiciais para o catequizando. O discurso de admiração pode ser dividido em duas categorias: o valorativo e o descritivo. O valorativo tem um caráter destrutivo, independentemente de conter uma crítica positiva ou negativa. A frase "você é muito inteligente" é um exemplo. Nela está contido um juízo de valor. Esse tipo de exaltação gera dependência. A criança passa a fazer as coisas com o objetivo de receber a aprovação das pessoas e vai perdendo a capacidade de se auto-avaliar. Imagine que na catequese, um catequizando muda uma mesa de lugar. Se em vez de afirmar "Você é muito forte" você disser "Obrigado, eu não conseguiria carregar isso sozinha", o julgamento sobre ser forte ou não fica a cargo dele. O catequizando que tem sempre suas ações enaltecidas de forma valorativa pode ficar com receio de desapontar os outros. "É uma carga muito grande ser inteligente ou bem-comportado durante o tempo todo". Já o elogio descritivo é benéfico e contribui para que o catequizando adquira consciência da sua própria evolução. Expressões como "Parabéns. Seu texto está muito bem redigido. Você conseguiu captar bem o tema proposto", podem ser ditas em particular ou de maneira que todos ouçam, pois a turma toda aprende com os erros e acertos de um colega. "Ser descritivo dá trabalho para o catequista". É mais fácil escrever palavras como "lindo" ou "parabéns" do que indicar os pontos fortes presentes em uma atividade. Se a turma for numerosa, você pode fazer essas intervenções em alguns trabalhos apenas. Por meio de um revezamento, ao final de determinado período todos os catequizandos terão suas atividades avaliadas. Para quem não está acostumado a atuar assim, faça de conta que está descrevendo o tema para alguém que não leu ou o desenho ou projeto para alguém que não viu.
Três razões para elogiar:
1) Por iniciativa: as boas idéias têm de ser valorizadas mesmo que o produto final seja ruim. Em nossas catequeses esse tipo de elogio não é comum.
2) Por esforço: o empenho do catequizando precisa ser sempre reconhecido, caso contrário ele poderá se sentir desestimulado no futuro.
3) Por resultado: há catequizandos que aprendem com mais facilidade que os outros. Fiquem atentos para não valorizar somente os bons resultados, já que todos precisam de elogios.
Fonte: adaptado Flávio.

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