sexta-feira, 12 de março de 2010

Quaresma, celebrando nossa conversão - Pe. Kleber

Chegamos na Quaresma, ‘sinal da nossa conversão’. A cor roxa e a moderação se evidenciam nos ambientes celebrativos; os cantos penitenciais antigos e novos ecoam em nossos corações, os textos bíblicos próprios, a penitência, o jejum, a oração e a solidariedade são assumidos por todos. A Campanha da Fraternidade, neste ano de 2009, expõe a problemática da Segurança Púbica e nos propõe como exercício quaresmal a busca da Paz como fruto da justiça.
Quero destacar, neste pequeno texto, os evangelhos de cada domingo, que oferecem verdadeiro itinerário de aprofundamento da fé e do nosso compromisso no seguimento de Jesus a serviço do seu Reino.

No 1º domingo (Marcos 1,12-15), conduzidos pelo Espírito vamos com Jesus ao deserto, tomamos consciência das lutas e provações que fazem parte do nosso caminho como Igreja e aprendemos com Ele a conviver com as feras e os anjos. Ele próprio, vencendo o diabo (o que divide) é o sinal da nossa vitória contra “o fermento da maldade”. (cf. Prefácio do 1º Domingo da Quaresma).

No 2º Domingo, ouvimos o relato da Transfiguração (Marcos 9,2-10). Contemplamos antecipadamente o Mistério da Ressurreição, que resplandece na luz do transfigurado. “Tendo predito aos discípulos a própria morte, Jesus lhes mostra, na montanha sagrada, todo o seu esplendor. E com o testemunho da Lei e dos Profetas, simbolizados em Moisés e Elias, nos ensina que, pela Paixão e Cruz, chegará à glória da ressurreição” (Prefácio 2º. Domingo da Quaresma).

No 3º Domingo, acolhemos a Boa Nova no episódio em que Jesus expulsa do templo os vendilhões e anuncia a construção de um novo templo (Jô 2,13-25). A quaresma tem nos ajudado na edificação do templo espiritual que somos nós? Somos o novo templo, mas precisamos purificar-nos continuamente de tudo aquilo que não nos deixa oferecer sacrifícios agradáveis ao Senhor.

O 4º Domingo é chamado “o domingo da Alegria” (João 3,14-21). Com Nicodemos, aprendemos de Cristo que só se salva quem tem a coragem de dar a sua vida. A Palavra proclamada lembra os males da infidelidade e mostra que seguir os caminhos do Senhor traz paz, segurança e salvação. Vale sempre lembrar que o ponto de partida para a compreensão da Quaresma deve ser o Mistério Pascal. A Quaresma não tem um fim em si mesma, mas aponta para o horizonte da Páscoa.

No 5º Domingo lembramos que o caminho do/a discípulo/a de Jesus passa pela cruz (João 12,20-33). A penitência destes 40 dias retoma esta dimensão do discipulado. O colocar-se por inteiro a serviço do reino como Jesus, implica necessariamente na entrega da vida, na capacidade de suportar sofrimentos e de relevar contratempos. A própria experiência de passar pelo vale da morte, tem em si uma força transformadora, à medida que nos liberta de toda ilusão e pretensão para “a verdadeira liberdade para a qual Cristo nos libertou”.

Portanto, este caminho quaresmal, é um tempo favorável, uma oportunidade especial de oferecimento pascal de nossas vidas, e de deixar santificar pelo Espírito que faz novas todas as coisas. A Igreja, Povo de Deus, é convocada a viver esta experiência pascal, a deixar-se purificar e santificar pelo seu Senhor. “Eis o tempo de conversão! Eis o dia da salvação! Ao Pai voltemos! Juntos andemos!”
Um bom itinerário quaresmal a todos.

Perguntas para reflexão pessoal e em grupos:
1. Como você vive o tempo da Quaresma?
2. Como podemos valorizar mais a Palavra de Deus durante o tempo da Quaresma?
3. Como podemos integrar a Campanha da Fraternidade na vivência do tempo quaresmal?

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