Dar carinho é só o começo. Você mostra que se importa com os catequizandos quando ouve o que eles sentem e valoriza as capacidades e os gostos de cada um. Assim, ajuda a formar pessoas mais felizes e cidadãos responsáveis. Hoje em dia é assim: eu preciso, eu quero, eu vou. Cada vez mais a sociedade estimula crianças e adolescentes a ter atitudes individualistas, que passam bem longe da reflexão e da responsabilidade com o próximo.
O jovem só se sensibiliza quando se sente parte de um grupo — a família, a turma da catequese, a sociedade — e entende que, em cada um deles, sua presença e sua contribuição são importantes. Como a catequese proporciona isso? Oferecendo ao catequizando o direito de ser ouvido e compreendido.
Os catequistas que trabalham dessa maneira, dão ao catequizando, caminhos para reconhecer seus sentimentos desde pequeno. Daí para que ele se torne responsável por suas atitudes é um pulo. Para que você crie esse ambiente acolhedor, é necessário entender o que é afetividade e por que ela é fundamental na formação de pessoas felizes, éticas, seguras e capazes de conviver com os outros e com o planeta. Veja a seguir como dosar o conteúdo e a educação dos sentimentos para formar verdadeiros cidadãos:
O jovem só se sensibiliza quando se sente parte de um grupo — a família, a turma da catequese, a sociedade — e entende que, em cada um deles, sua presença e sua contribuição são importantes. Como a catequese proporciona isso? Oferecendo ao catequizando o direito de ser ouvido e compreendido.
Os catequistas que trabalham dessa maneira, dão ao catequizando, caminhos para reconhecer seus sentimentos desde pequeno. Daí para que ele se torne responsável por suas atitudes é um pulo. Para que você crie esse ambiente acolhedor, é necessário entender o que é afetividade e por que ela é fundamental na formação de pessoas felizes, éticas, seguras e capazes de conviver com os outros e com o planeta. Veja a seguir como dosar o conteúdo e a educação dos sentimentos para formar verdadeiros cidadãos:
É preciso estimular a criança a dizer o que sente
Imagine se um catequizando de 5 anos chegasse um dia dizendo que queria falar com você e emendasse: "Meus pais estão brigando muito. Acho que eles vão se separar e estou com medo. Por isso tenho batido nos meus colegas". Absurdo. Crianças dessa idade dificilmente têm essa capacidade de expressão. Muito menos os adolescentes. Falar de sentimentos é difícil, principalmente na falta de um ambiente propício, que dê segurança e proteção suficientes para expor dores, medos e incertezas. Se o catequista estimula a criança a expressar o que sente, logo vê mudanças significativas no seu comportamento.
Foi o que aconteceu com Daniel, de 10 anos. Em 2004 ele foi matriculado na 4ª série do Colégio Ricaro, em São Paulo. Tinha dificuldades em fazer amigos e agia de forma bastante agressiva. Com muita paciência e conversa, a professora ganhou a confiança de Daniel, que passou a contar os problemas que tinha em casa. Aos poucos, ela descobriu que o garoto sentia muita falta da mãe, que via raramente. Sem estímulo para expressar sua carência, Daniel só sabia agredir. Ao encontrar a compreensão da professora, fez amizade com os colegas e passou a ver na escola uma aliada. "Pagar com a mesma moeda a agressividade de uma criança é pior. Trabalhamos muito com o Daniel para que, quando estivesse com raiva, não descontasse nos outros. Ele aprendeu a falar o que sentia", conta Sílvia Verônica Alkmin Piedade, coordenadora da escola.
Foi o que aconteceu com Daniel, de 10 anos. Em 2004 ele foi matriculado na 4ª série do Colégio Ricaro, em São Paulo. Tinha dificuldades em fazer amigos e agia de forma bastante agressiva. Com muita paciência e conversa, a professora ganhou a confiança de Daniel, que passou a contar os problemas que tinha em casa. Aos poucos, ela descobriu que o garoto sentia muita falta da mãe, que via raramente. Sem estímulo para expressar sua carência, Daniel só sabia agredir. Ao encontrar a compreensão da professora, fez amizade com os colegas e passou a ver na escola uma aliada. "Pagar com a mesma moeda a agressividade de uma criança é pior. Trabalhamos muito com o Daniel para que, quando estivesse com raiva, não descontasse nos outros. Ele aprendeu a falar o que sentia", conta Sílvia Verônica Alkmin Piedade, coordenadora da escola.
Todo esse cuidado, que parece ir além das obrigações do catequista com o conteúdo, reflete no rendimento do catequizando. "É tarefa do educador, ser justo e generoso com sua turma", afirma Yves de La Taille, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. A justiça, segundo ele, está ligada a tudo aquilo que é de direito do ser humano. Dar uma boa catequese, por exemplo, é dever do catequista. Mas se ele fica com a criança meia hora depois da catequese para atender a uma dificuldade, isso é generosidade. Além de sua conduta ser um exemplo, demonstra que se importa com o catequizando.
Bater papo sobre valores funciona mais do que sermão. Os catequizandos precisam pensar sobre as próprias atitudes e reconhecer os sentimentos que movem suas ações. Quando eles fazem isso, surgem oportunidades de, na prática, construir valores positivos. No caso de um catequizando mentir, por exemplo, o ideal é conversar reservadamente com ele questionando as conseqüências dessa atitude, de como os coleguinhas vão agir ao descobrir a verdade. E se há furto na sala, o melhor é bater um papo, na hora, sobre valores importantes como honestidade, justiça e confiança. Construir valores não é escrever no quadro que temos de ser solidários ou que não podemos bater nos colegas. Isso se faz dando ao catequizando a oportunidade de se colocar no lugar do outro e achar soluções alternativas para seus conflitos, sem agressão.
A questão, no entanto que nos inquieta é como a catequese deve interferir na formação dos valores da criança? A construção de valores e atitudes cabe à catequese, sim. O seu papel, catequista, é identificar entre tantas opções o que pretende construir com sua turma.
Fonte: Adaptado Flávio - Revista Nova Escola – M.Cavalcante
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