Mais do que criar condições para os deficientes, a inclusão é um desafio que implica mudar a catequese como um todo, no projeto pedagógico, na postura diante dos catequizandos, na filosofia...
Valorizar as peculiaridades de cada catequizando, atender a todos na catequese, incorporar a diversidade, sem nenhum tipo de distinção. Nunca o tema da inclusão de crianças deficientes esteve tão presente no dia-a-dia da comunidade — e isso é uma ótima notícia. Tal qual um caleidoscópio, que forma imagens com pedras de vários tamanhos, cores e formas, cada vez mais catequistas estão percebendo que as diferenças não só devem ser aceitas, mas também acolhidas como subsídio para montar (ou completar) o cenário catequético. E não se trata apenas de admitir esses meninos e essas meninas — isso nada mais é do que cumprir a lei. O que realmente vale (e, felizmente, muitos estão fazendo) é oferecer serviços complementares, adotar práticas criativas, adaptar o projeto pedagógico, rever posturas e construir uma nova filosofia educativa.
Mudar é difícil, mas compensa
Essa mudança é simples? É claro que não. Na verdade, ainda é difícil encontrar catequistas que afirmem estarem preparados para receber no grupo, um catequizando deficiente. A inclusão é um processo cheio de imprevistos, sem fórmulas prontas e que exige aperfeiçoamento constante. Do ponto de vista burocrático, cabe a coordenação buscar orientação e suporte das associações de assistência e das autoridades médicas e educacionais sempre que a inclusão de um deficiente é solicitada. Do ponto de vista pedagógico, a construção desse modelo implica transformar a catequese, no que diz respeito ao conteúdo, à avaliação e, principalmente, às atitudes. Não podemos continuar segregando essas crianças em turmas especiais, que oferecem uma catequese pouco estimulante. Quem enfrenta o desafio garante: quando a catequese muda de verdade, melhora muito, pois passa a acolher melhor todos os catequizandos (até os considerados "normais").
Cuidados diferentes para cada deficiência
Na educação inclusiva não se espera que a pessoa com deficiência se adapte à catequese, mas que esta se transforme de forma a possibilitar a inserção daquela. Para isso, algumas orientações são úteis. As que estão a seguir mesclam informações do kit Escola Viva, criado pelo MEC em conjunto com a associação Sorri Brasil
(Auditiva)
Sempre fale de frente
A instituição ou comunidade precisa providenciar um instrutor para a criança que não conhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras), mas cujos pais tenham optado pelo uso dessa forma de comunicação. Esse profissional deve estar disponível para ensinar os catequistas e as demais crianças. O ideal é ter também fonoaudiólogos disponíveis.
A instituição ou comunidade precisa providenciar um instrutor para a criança que não conhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras), mas cujos pais tenham optado pelo uso dessa forma de comunicação. Esse profissional deve estar disponível para ensinar os catequistas e as demais crianças. O ideal é ter também fonoaudiólogos disponíveis.
Sugestões:
1- Consiga junto ao médico do catequizando informações sobre o funcionamento e a potência do aparelho auditivo que ele usa.
2- Garanta que ele possa ver, do lugar onde estiver sentado, seus lábios. Ou seja, nunca fale de costas para a turma.
3- Solicite que o catequizando repita suas instruções para se certificar de que a proposta foi compreendida.
4- Use representações gráficas para introduzir conceitos novos.
5- Oriente o restante da turma a falar sempre de frente para o deficiente.
1- Consiga junto ao médico do catequizando informações sobre o funcionamento e a potência do aparelho auditivo que ele usa.
2- Garanta que ele possa ver, do lugar onde estiver sentado, seus lábios. Ou seja, nunca fale de costas para a turma.
3- Solicite que o catequizando repita suas instruções para se certificar de que a proposta foi compreendida.
4- Use representações gráficas para introduzir conceitos novos.
5- Oriente o restante da turma a falar sempre de frente para o deficiente.
(Visual)
Material específico
A catequese deve solicitar o material didático necessário — regletes (régua para escrever em braille) e soroban —, além da presença de um profissional para ensinar a criança cega, os colegas e os catequistas a ler e escrever em braille. O deficiente deve contar com tratamento oftalmológico e receber, na rede ou em instituições especializadas, instruções sobre mobilidade e locomoção nas ruas. Deve também conhecer e aprender a utilizar ferramentas de comunicação, como sintetizadores de voz que possibilitam ao cego escrever e ler via computador. Em termos de acessibilidade, o ideal é colocar cercados no chão, abaixo dos extintores de incêndio, e instalar corrimão nas escadas.
A catequese deve solicitar o material didático necessário — regletes (régua para escrever em braille) e soroban —, além da presença de um profissional para ensinar a criança cega, os colegas e os catequistas a ler e escrever em braille. O deficiente deve contar com tratamento oftalmológico e receber, na rede ou em instituições especializadas, instruções sobre mobilidade e locomoção nas ruas. Deve também conhecer e aprender a utilizar ferramentas de comunicação, como sintetizadores de voz que possibilitam ao cego escrever e ler via computador. Em termos de acessibilidade, o ideal é colocar cercados no chão, abaixo dos extintores de incêndio, e instalar corrimão nas escadas.
Sugestões:
1- Pergunte ao catequizando e à família quais são as possibilidades e necessidades dele.
2- A melhor maneira de guiar o cego é oferecer-lhe o braço flexionado, de forma que ele possa segurá-lo pelo cotovelo.
3- Descreva os ambientes com detalhes e não mude os móveis de lugar com freqüência. Os recursos didáticos aconselhados são: lupa, livro falado e materiais desportivos como bola de guizo.
4- Busque na turma colegas dispostos a ajudá-lo.
5- Substitua explicações com gestos por atividades em que o deficiente se movimente.
1- Pergunte ao catequizando e à família quais são as possibilidades e necessidades dele.
2- A melhor maneira de guiar o cego é oferecer-lhe o braço flexionado, de forma que ele possa segurá-lo pelo cotovelo.
3- Descreva os ambientes com detalhes e não mude os móveis de lugar com freqüência. Os recursos didáticos aconselhados são: lupa, livro falado e materiais desportivos como bola de guizo.
4- Busque na turma colegas dispostos a ajudá-lo.
5- Substitua explicações com gestos por atividades em que o deficiente se movimente.
(Física)
Adaptar os espaços
Toda catequese precisa eliminar as barreiras arquitetônicas, mesmo que não tenha jovens com deficiências. As adaptações do edifício incluem: rampas de acesso, instalação de barras de apoio e alargamento das portas. No caso de haver deficientes físicos nas turmas, a modelagem do mobiliário deve levar em conta as características deles. Entre os materiais de apoio pedagógico necessários estão pranchas ou presilhas para prender o papel na carteira, suporte para lápis, e outros recursos.
Toda catequese precisa eliminar as barreiras arquitetônicas, mesmo que não tenha jovens com deficiências. As adaptações do edifício incluem: rampas de acesso, instalação de barras de apoio e alargamento das portas. No caso de haver deficientes físicos nas turmas, a modelagem do mobiliário deve levar em conta as características deles. Entre os materiais de apoio pedagógico necessários estão pranchas ou presilhas para prender o papel na carteira, suporte para lápis, e outros recursos.
Sugestões:
1- Pergunte ao catequizando e à família que tipo de ajuda ele precisa, se toma medicamentos, se tem horário específico para ir ao banheiro, se tem crises e que procedimento adotar se isso ocorrer.
2- Aqueles que andam em cadeira de rodas precisam mudar constantemente de posição para evitar cansaço e desconforto.
3- Informe-se sobre a postura adequada do catequizando, tanto em pé quanto sentado, e garanta que ele não fuja dela.
4- Se necessário, fixe as folhas de papel na carteira usando fita adesiva. Os lápis podem ser engrossados com esparadrapo para auxiliá-lo na escrita, caso ele tenha pouca força muscular.
5- Ouça com paciência quem tem comprometimento da fala e não termine as frases por ele.
1- Pergunte ao catequizando e à família que tipo de ajuda ele precisa, se toma medicamentos, se tem horário específico para ir ao banheiro, se tem crises e que procedimento adotar se isso ocorrer.
2- Aqueles que andam em cadeira de rodas precisam mudar constantemente de posição para evitar cansaço e desconforto.
3- Informe-se sobre a postura adequada do catequizando, tanto em pé quanto sentado, e garanta que ele não fuja dela.
4- Se necessário, fixe as folhas de papel na carteira usando fita adesiva. Os lápis podem ser engrossados com esparadrapo para auxiliá-lo na escrita, caso ele tenha pouca força muscular.
5- Ouça com paciência quem tem comprometimento da fala e não termine as frases por ele.
(Mental)
Tarefas individuais os deficientes mentais têm dificuldade para operar as idéias de forma abstrata. Como não há um perfil único, é necessário um acompanhamento individual e contínuo, tanto da família como do corpo médico. As deficiências não podem ser medidas e definidas genericamente. Há que levar em conta a situação atual da pessoa, ou seja, a condição que resulta da interação entre as características do indivíduo e as do ambiente. Informe-se sobre as especificidades e os instrumentos adequados para fazer com que o jovem encontre na escola um ambiente agradável, sem discriminação e capaz de proporcionar um aprendizado efetivo, tanto do ponto de vista educativo quanto do social.
Sugestões:
1- Posicione o catequizando, de forma que você possa estar sempre atento a ele.
2- Estimule o desenvolvimento de habilidades interpessoais e ensine-o a pedir instruções e solicitar ajuda.
3- Trate-o de acordo com a faixa etária.
4- Só adapte os conteúdos depois de cuidadosa avaliação de uma equipe de apoio multiprofissional.
5- Avalie a criança pelo progresso individual e com base em seus talentos e suas habilidades naturais, sem compará-la com a turma.
1- Posicione o catequizando, de forma que você possa estar sempre atento a ele.
2- Estimule o desenvolvimento de habilidades interpessoais e ensine-o a pedir instruções e solicitar ajuda.
3- Trate-o de acordo com a faixa etária.
4- Só adapte os conteúdos depois de cuidadosa avaliação de uma equipe de apoio multiprofissional.
5- Avalie a criança pelo progresso individual e com base em seus talentos e suas habilidades naturais, sem compará-la com a turma.
Flávio – Adaptado
ótimo artigo, de bom apoio ao trabalho inclusivo. Obrigado, Deus abençoe a todos!
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