terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Pedalar

Pedalar melhora o condicionamento, queima calorias e gera perda de peso

Muito se fala sobre os benefícios da corrida para a saúde. Mas pedalar também é uma opção para quem quer ficar longe das doenças e manter a boa forma. “Em relação à corrida, a pedalada exige do praticante maior habilidade, equilíbrio e reflexos, porém também é uma atividade extremamente positiva: oferece baixo impacto às articulações, proporciona alto consumo energético – e consequentemente leva a perda de peso. Andar de bicicleta ainda realiza um trabalho cardiovascular extraordinário, ajudando a melhorar seu condicionamento”, argumenta o treinador Marcos Paulo Reis, da MPR Assessoria Esportiva, de São Paulo.

Segundo o Centro de Transporte Sustentável (CTS-Brasil), entidade que trabalha em parceria com governos e iniciativa privada no desenvolvimento de projetos na área de transporte, além do lazer e do esporte, a utilização das bicicletas como meio de transporte é cada vez mais recomendada não só pelos que se preocupam com questões de mobilidade e meio ambiente, mas também por médicos. Isso porque pedalar colabora com a redução no risco de doenças cardíacas, diabetes, obesidade, hipertensão e osteoporose. Ainda fortalece as pernas e define os músculos do abdômen e das costas.

“Ao mesmo tempo, é um exercício relaxante e auxilia no combate ao estresse e à depressão”, diz Marcos Paulo.

Estudo
Um estudo da Universidade do Tennessee, nos Estados Unidos, divulgado em setembro na publicação científica Jornal Americano de Saúde Pública, constatou que comunidades com maior número de pedestres e ciclistas são mais saudáveis do que aquelas onde as pessoas usam carros para se locomover.

Os pesquisadores analisaram dados de cidades americanas e de outras em 15 países para verificar a relação do “transporte ativo” – de bicicleta ou a pé, em vez de carro – com obesidade e diabetes.

Comparando todos os 50 estados e 47 das 50 maiores cidades americanas, os pesquisadores descobriram que os estados com maior número de pessoas que caminhavam ou pedalavam tinham maior porcentagem de adultos que atingiam os níveis recomendados de atividade física diária. Além disso, tinham menor percentagem de adultos obesos e menor percentual de adultos com diabetes.

Os resultados também mostraram que mais da metade da diferença nas taxas de obesidade entre os países pode estar ligada à locomoção a pé e de bicicleta. O coordenador do estudo, professor David Bassett Jr, disse que isso é parte da crescente evidência de que o “transporte ativo” proporciona benefícios significativos para a saúde.

O trabalho reforça ainda a necessidade das cidades em incentivar mais a locomoção a pé e de bicicleta diariamente, fornecendo infraestrutura segura, conveniente e atraente, como calçadas, passarelas, ciclovias e corredores.

Segurança
No dia a dia, para conforto e segurança, a bike deve ser adequada ao físico do praticante. “Para isso você precisa ter em mãos medidas como sua altura, os tamanhos de tronco e pernas, para então definir o número do quadro da bike. A dica é procurar uma bicicletaria especializada para encontrar o modelo mais adequado”, sugere Marcos Paulo.

Alguns equipamentos também são necessários. No livro Ciclismo – Treinamento, Fisiologia e Biomecânica, José Rubens D’Elia, professor de educação física e fisiologista do exercício com mais de 28 anos de experiência no ciclismo, lista os essenciais:

Capacete: é tão importante quanto a bicicleta. Existem muitos modelos à disposição, mas o mais indicado é o que tem estrutura rígida de isopor, cobertura plástica e proteção interna de espuma. “Em uma queda, é possível que a batida na cabeça não leve o ciclista à morte, mas pode causar danos cerebrais e até deixá-lo paralítico. Um capacete pode prevenir ou diminuir a dor de cabeça proveniente de uma concussão, depois de uma dessas quedas tão comuns para quem pedala”, diz o especialista.

Luvas: o acessório evita que as mãos escorreguem do guidão e protege a palma no caso de quedas.

Roupas confortáveis: a modalidade pede um vestuário especial, que permita maior mobilidade, conforto e segurança ao praticante durante a atividade.

E assim como um carro, a bike também requer manutenção periódica. “É necessário estar atento aos freios, ao sinalizador (luzes) e à limpeza (para que a bicicleta tenha maior vida útil)”.

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