segunda-feira, 24 de março de 2014

Erotização Infantil


O encanto do crescer, despertar, descobrir, às vezes é tirado da criança, que passa a ser um miniadulto. Uma coisa é a criança brincar com o sapato da mamãe e outra é usar o sapato de salto criado especialmente para ela, uma diferença sutil, que acelera processos


Um sutiã com bojo para as meninas a partir dos 6 anos de idade está à venda nas lojas, um sapato de salto alto também. Há até modelos que trazem a estampa de personagens infantis para chamar a atenção das crianças. Pode parecer brincadeira, mas é coisa séria. Especialistas alertam para o fato de que esses acessórios levam a criança a viver uma realidade que não é a dela, estimulando assim um processo de erotização precoce. Nesta lista ainda constam itens como esmaltes, maquiagem, roupas justas, sapatos de salto alto e outros, pensados e produzidos por um mercado especialmente de olho na fragilidade infantil para garantir seus lucros e que tem como parceira a publicidade e suas artimanhas para seduzir os pequenos. Do outro lado dessa história, estão os pais, que não sabem dizer não e compram tudo o que seus filhos veem na televisão. E, no meio disso, encontramos, as vítimas: as crianças.

A psicóloga Maria Helena Masquetti, do Instituto Alana, de São Paulo (SP), explica que, naturalmente, uma criança, de até 6 anos, em média, demonstra a sua própria sexualidade e erotismo movida pela curiosidade. Após esse período, ela canaliza seus interesses para outras áreas, como o aprendizado, a sociabilidade e a inventividade. O interesse pela sexualidade retorna no início da adolescência, quando ela já se encontra mais amadurecida, física e emocionalmente.

“É uma providência sábia da natureza. Nessa fase, ela tem mais condições de entender e administrar o chamamento à vida adulta e o impulso sexual” – salienta Maria Helena. Porém, quando a publicidade infantil se aproveita dessa fase e a convence a usar produtos não adequados para a infância, como sutiãs, batons e saltos, por exemplo, a criança é induzida a entrar no mundo adulto, antes do tempo, sem ter criado ainda a sua própria identidade. “Seus interesses passam a ser desviados para outras questões que ainda não são pertinentes ao mundo dela e o seu interesse sexual, que estava, vamos dizer, adormecido por um tempo, é estimulado” – explica Maria Helena.

É bem verdade que a criança imita os adultos para saber como ela será no futuro, mas satisfaz sua curiosidade através das fantasias. “Quando a menina usa o batom ou o sapato da mãe, é como se vivenciasse um momento futuro e essa fantasia acalma seus anseios” – explica Maria Helena. Trata-se de uma fantasia que vem de dentro para fora, de acordo com a sua formação e personalidade individual. O que é bem diferente, e confunde muitos pais, é levar o mundo adulto até essa criança, como faz a comunicação mercadológica. “Uma coisa é a criança brincar com o sapato da mamãe e outra coisa é usar o sapato de salto criado especialmente para ela. É uma diferença sutil, mas engana até o adulto que quer fazer o melhor para o seu filho” – salienta a psicóloga. “Não se pode chegar numa criança de fora para dentro e dizer a ela que deve gostar e usar isso ou aquilo, como induz a publicidade infantil. Isso significa impor à criança um desejo que ela ainda não sente e interferir na sua espontaneidade” – afirma Maria Helena. A erotização precoce é prejudicial à criança e pode conduzi-la a uma vida afetiva instável. “Ela poderá correr mais riscos na adolescência por não saber controlar seus impulsos” – completa.

Dizer não – Convencidas por uma publicidade implacável de que precisam obter tais produtos para serem queridas e aceitas socialmente, as crianças exercem uma grande influência sobre seus pais. “Constatamos o medo que as crianças têm de serem excluídas. Os comerciais na TV dizem a ela que várias crianças usam tal produto e, quando ela faz o pedido aos pais, vai carregada de emoção e sinceridade” – explica Maria Helena.

E, diante disso, os pais não sabem dizer não aos desejos – fabricados pela mídia publicitária –, dos seus filhos. “Ficam sem saber o que fazer” – comenta a psicóloga Elizabeth Brandão, professora da PUC (Pontifícia Universidade Católica), de São Paulo. “Não só as crianças, mas também seus pais acabam sendo vítimas do consumismo” – comenta ela. Afinal, não são poucos os adultos que, incitados pelo consumismo desenfreado, acabam se endividando para terem o que desejam ou para satisfazerem seus filhos. Quando se trata de erotização infantil, não só a publicidade, mas também a programação da TV é responsável por tanta estimulação. Crianças que têm a permissão dos pais para ver novelas ou programas inadequados para sua idade, por exemplo, são expostas a constantes cenas de sexo. “Há uma inversão de valores: a criança é quem manda em casa e decide o que quer” – alerta Elizabeth. “Mas, cabe aos pais diminuir toda essa exposição. Eles precisam entender que, quando têm a certeza de que algo não é bom para seus filhos, saber dizer não é um ato de sabedoria” – ressalta. A maior presença dos pais e da família no cotidiano dos filhos evitaria muitos desses problemas. “É no contato com pai e mãe que ela terá, numa observação ou num diálogo, as informações sobre quem ela é e como está no mundo” – avalia Maria Helena, do Instituto Alana.

Fonte: Rosangela Barboza - Rev. Família Cristã

quarta-feira, 19 de março de 2014

Brigadeiro mole em copinhos



INGREDIENTES
1 lata de leite condensado
1 lata de creme de leite
3 colheres de sopa de chocolate em pó
1 colher de sopa de margarina


MODO DE PREPARO
Em uma panela misture o leite condensado, a margarina e o chocolate em pó. Leve ao fogo baixo e mexa sem parar até ficar no ponto de brigadeiro mole. Retire do fogo e misture o creme de leite, incorpore bem e distribua nos copinhos. Enfeite com granulado ou com bolinhas de chocolate e sirva com mini colheres.

quarta-feira, 5 de março de 2014

O que uma criança de 4 anos de idade deve saber?

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Nesse mundo contemporâneo, ter, ser, saber, parecem fazer parte de uma competição. Nesse mundo, alguns pais e algumas mães acabam acreditando que é preciso que seus filhos saibam sempre mais que os filhos de outros. E isso sim seria, então, sinal de adequação e o mais importante: de sucesso.

O que uma criança deve saber aos 4 anos de idade? Essa foi a pergunta feita por uma mãe, em um fórum de discussão sobre educação de filhos, preocupada em saber se seu filho sabia o suficiente para a sua idade.

Segundo Alicia Bayer, no artigo publicado em um conhecido portal de notícias americano – The Huffington Post –, o que não só a entristeceu, mas também a irritou, foram as respostas, pois ao invés de ajudarem a diminuir a angústia dessa mãe, outras mães indicavam o que seus filhos faziam, numa clara expressão de competição para ver quem tinha o filho que sabia mais coisas com 4 anos. Só algumas poucas indicavam que cada criança possuía um ritmo próprio e que não precisava se preocupar.



Para contrapor às listas indicadas pelas mães (em que constavam itens como: saber o nome dos planetas, escrever o nome e sobrenome, saber contar até 100), Bayer organizou uma lista bem mais interessante para que pais e mães considerem o que uma criança deve saber.

Vejam alguns exemplos abaixo:

- Deve saber que a querem por completo, incondicionalmente e em todos os momentos.

- Deve saber que está segura e deve saber como manter-se a salvo em lugares públicos, com outras pessoas e em distintas situações.

- Deve saber seus direitos e que sua família sempre a apoiará.

- Deve saber rir, fazer-se de boba, ser vilão e utilizar sua imaginação.

- Deve saber que nunca acontecerá nada se pintar o céu de laranja ou desenhar gatos com seis patas.

- Deve saber que o mundo é mágico e ela também.

- Deve saber que é fantástica, inteligente, criativa, compassiva e maravilhosa.

- Deve saber que passar o dia ao ar livre fazendo colares de flores, bolos de barro e casinhas de contos de fadas é tão importante como praticar fonética. Melhor dizendo, muito mais importante.

E ainda acrescenta uma lista que considera mais importante. A lista do que os pais devem saber:

- Que cada criança aprende a andar, falar, ler e fazer cálculos a seu próprio ritmo, e que isso não tem qualquer influência na forma como irá andar, falar, ler ou fazer cálculos posteriormente.

- Que o fator de maior impacto no bom desempenho escolar e boas notas no futuro é que se leia às crianças desde pequenas. Sem tecnologias modernas, nem creches elegantes, nem jogos e computadores chamativos, se não que a mãe ou o pai dediquem um tempo a cada dia ou a cada noite (ou ambos) para sentar-se e ler com ela bons livros.

- Que ser a criança mais inteligente ou a mais estudiosa da turma nunca significou ser a mais feliz.
Estamos tão obstinados em garantir a nossos filhos todas as “oportunidades” que o que estamos dando são vidas com múltiplas atividades e cheias de tensão como as nossas. Uma das melhores coisas que podemos oferecer a nossos filhos é uma infância simples e despreocupada.

- Que nossas crianças merecem viver rodeadas de livros, natureza, materiais artísticos e a liberdade para explorá-los. A maioria de nós poderia se desfazer de 90% dos brinquedos de nossos filhos e eles nem sentiriam falta.

- Que nossos filhos necessitam nos ter mais. Vivemos em uma época em que as revistas para pais recomendam que tratemos de dedicar 10 minutos diários a cada filho e prever um sábado ao mês dedicado à família. Que horror! Nossos filhos necessitam do Nintendo, dos computadores, das atividades extra-escolares, das aulas de balé, do grupo para jogar futebol muito menos do que necessitam de nós. Necessitam de pais que se sentem para escutar seus relatos do que fizeram durante o dia, de mães que se sentem e façam trabalhos manuais com eles. Necessitam que passeiem com eles nas noites de primavera sem se importar que se ande a 150 metros por hora. Têm direito a ajudar-nos a fazer o jantar mesmo que tardemos o dobro de tempo e tenhamos o dobro de trabalho. Têm o direito de saber que para nós são uma prioridade e que nos encanta verdadeiramente estar com eles.

Então, o que precisa mesmo – de verdade – uma criança de 4 anos?